Arranjador/Orquestrador
Instrumentista/Cantor
Regente
Educador
Criador de Espetáculos
Artista Plástico
Escritor

 


 


Tocando fagote

 


Instrumentista:

Da mesma forma que surgiu nele o Regente, que regia seus amiguinhos tocadores de assento de couro de cadeiras, também surgiu o instrumentista, aos 8 anos. Já aos onze anos, de tanto andar atrás da "Filarmônica 2 de Julho", da sua cidade natal, foi convidado pelo Mestre Né de Otaviano para tocar trompa (sax-horn), e sua primeira e talvez maior emoção de músico foi tocar a "Marcha Fúnebre" com a Banda, para a passagem da Procissão do Senhor Morto. Dois anos depois passou a tocar sax-soprano.

Aprendeu rudimentos de Teoria Musical com o Padre Maurício, Diretor do Ginásio de Livramento, o que lhe serviu para compor o seu 1o. dobrado, em 1960. Logo estava solando tudo de ouvido, principalmente chorinhos. Ingressou então no conjunto "Afilhados da Lua".

A partir daí começou a tocar nos Carnavais de sua cidade e das cidades vizinhas, até o ano de 1968.

Mais ou menos no ano de 1954 ganhou de seu pai um sax-alto novinho, prateado fosco com campana dourada, que o deixou encantado. Neste mesmo ano o "Afilhados da Lua" passou a chamar-se "Jazz Ubirajara". Com o intuito de ensinar um amigo a tocar clarineta, estudava antes e passava o que ia pegando em seguida, aprendendo assim a tocar mais este instrumento. Aprendeu a tocar violão apenas olhando as mãos dos violonistas durante as serenatas a que comparecia. Também de ouvido aprendeu cavaquinho e banjo. A dificuldade maior foi o pandeiro, dizia ele.

Vindo para Salvador, apresentou-se no programa "Diga o que sabe e faça o que pode, Rádio Sociedade da Bahia, quando tocou o "Brasileirinho" e ganhou como 1o. prêmio uma garrafa de aguardente.

Sentindo falta do jazz de sua terra, formou um conjunto com os conterrâneos que moravam na mesma pensão, composto de violão, sax e assento de cadeira, mesmo que não fossem as da casa da sua mãe...

Indo estudar no Colégio Central, formou um outro conjunto composto de acordeon, agogô, pandeiro e sax, e tocava com ele nos bondes que faziam a linha Nazaré/Praça da Sé, bem como no pátio da escola, e em algumas festinhas.

Em 1959 trocou o sax-alto por um sax-tenor mais novo e começou a integrar o "Bazooca Joe Jazz", dirigido por Carlos Veiga e tendo como companheiros Alcyvando e Alcyone Luz, Marcio Batista, Augusto Franco, Marcelo Gomes, Rony Cócegas, Edvaldo Brito (Calaçaria) e Maria Creuza. No fim do ano de 1959 foi estudar música nos Seminários de Música. Tocou também no grupo musical "Fausto e seu conjunto". Nas férias de 1962, em Livramento, criou o "Jazz Itapoan".

Em 1964 começou a tocar na orquestra do cabaré mais famoso de Salvador, que era o "Tabarís", e foi aí que apresentou-se com os seus colegas músicos Vivaldo da Conceição, Nelson e Oscar "titia" o quinto contraponto da "Arte da Fuga", de Bach (com transcrição de Jamary Oliveira para essa formação) antes do início do strip-tease, causando um tremendo rebuliço. Após deixar esta orquestra, tocou no conjunto "Avanço".

Em 1967 foi admitido na Orquestra Sinfônica da UFBA como 4o. percussionista. Da percussão para o fagote (1968), foi um pulo. Tocou fagote na Orquestra Sinfônica da UFBA, mas o lado compositor ganhou do instrumentista. Depois disso só tocou para os amigos, com o sax-tenor dourado Selmer, ganho do compositor Gilberto Gil.



Cantor:

Componente do naipe de tenores do Madrigal da UFBA, sob a regência dos maestros Ernst Widmer e Afrânio Lacerda, com o qual participou do I Festival Internacional de Corais Universitários (1965), promovido pelo Lincoln Center of the Performings Arts (New York) - USA, e de turné pelos Estados Unidos (Washington (DC), Reading (Pensylvania), Annandale (Hudson), Boston, Walthem e Amherst), pelo sul do país (BR) e cidades do interior da Bahia (1962 a 1971). Foi também cantor do Coral do Mosteiro de São Bento, sob a regência do Mo. Hamilton Lima, antes de regê-lo.